Quando me encontrei comigo, eu estava de passagem. Gostei tanto de
quem conheci que resolvi andar junto, lado a lado, dentro.Eu introjetei
em mim aquela pessoa que, finalmente, não estava mais vivendo
levianamente, mas participando verdadeiramente da realidade. Foi estando
muito lúcida que pude me embriagar de arte e deixar minha imaginação
inventar os caminhos que ela trilharia. Conheci paisagens, às vezes,
muito familiares, mas o meu olhar era inédito.
Não sou mais imediatista quando me faço companhia, pois essa nova pessoa
respeita o seu próprio tempo.Por isso, também é preciso evitar alguns
lugares, pessoas, antigos hábitos e pensamentos.
O passado só me cabe para servir como base para o que tenho me
tornado. Cada dia eu amanheço numa página em branco e vou dormir numa
outra cheia de coisas que escrevi e vivenciei. A única garantia é que
nem sempre encontro o que procuro, mas sempre busco o estado e o lugar
mais confortáveis para mim. Eu mereço experienciar esta fascinação pela
vida e a liberdade de ser exuberante e transformar o chão em céu, o mar
em útero, meu corpo em Templo. Respeito os que vivem de outro modo,
porque meu caminho não é o certo nem o único, é o que eu escolhi para
mim quando lancei mão do meu livre arbítrio.
E nasci apaixonada pelo amor, mas só agora, me fazendo companhia, é
que ele deixou de ser uma palavra para se tornar uma experiência. Sou
muito grata por estar na esquina aonde eu estava passando e por ter me
dado a mão…Caminhamos juntas: eu comigo mesma!
Quer saber quem escreveu esse texto?
Marla de Queiroz é uma jornalista que é privilegiada com o dom das
palvras. E é através do seu blog transformár-la que divide com os
internautas seus textos poéticos, prosas e versos.
www.doidademarluquices.blogspot.com
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